sábado, 17 de abril de 2010

Tubo digestivo

INTRODUÇÃO



Para que o organismo se mantenha vivo e funcionante é necessário que ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos dos alimentos ingeridos precisam se tornar solúveis e sofrer modificações químicas para que sejam absorvidos e assimilados, nisto consistindo a digestão. Os órgãos que, no conjunto, compreendem o sistema digestivo são especialmente adaptados para que essas exigências sejam cumpridas. Assim, suas funções são as de preensão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos e a expulsão dos resíduos, eliminados sob forma de fezes.



DIVISÃO DO SISTEMA DIGESTIVO



Reconhecemos no sistema digestivo um canal alimentar e órgãos anexos. Do primeiro fazem partes os órgãos situados na cabeça, pescoço, tórax, abdome e pelve. Entre os anexos incluem as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. O canal alimentar inicia-se na cavidade bucal, continuando-se na faringe, esôfago e estômago, intestino (delgado e grosso), para terminar no reto, que se abre através do ânus. O canal alimentar, portanto, é aberto na suas duas extremidades (boca e ânus) o que faz sua luz, pela qual transita esse alimento, ser parte do meio externo.



BOCA E CAVIDADE BUCAL



A boca é a primeira porção do canal alimentar, comunicando-se anteriormente com o exterior através de uma fenda limitada pelos lábios, a rima bucal, e, posteriormente, com a parte bucal da faringe, através de uma região estreitada, o istmo das fauces. A cavidade bucal esta limitada, lateralmente, pelas bochechas, superiormente pelo palato e, inferiormente por músculos que constituem o assoalho da boca. Nesta cavidade fazem saliências as gengivas, os dentes e a língua.



DIVISÃO DA CAVIDADE BUCAL



A cavidade bucal é dividido em duas porções:

a) vestíbulo da boca

b) cavidade bucal propriamente dita



A primeira porção é um espaço limitado por um lado pelos lábios e bochechas e por outro pelas gengivas e dentes, constituindo o restante a cavidade bucal propriamente dita.





PALATO



O teto da cavidade bucal está constituído pelo palato e neste reconhecemos o palato duro, anterior, ósseo, e o palato mole, posterior, muscular. O palato separa cavidade nasal da cavidade bucal. Do palato mole, no plano mediano, projeta-se uma saliência crônica, a úvula e, lateral mente, duas pregas denominadas arco o palatoglosso (a mais anterior) e arco palatofaríngico (a mais posterior), produzidas por músculos que recebem os mesmos nomes dos arcos. Observe na figura 10.1 estas estruturas e repare como entre os arcos acima referidos há um espaço, a fossa tensilar, ocupado pela tensila palatina (amídala). Podemos agora o definir os limites do ístimo das fauces que comunica a cavidade bucal com a parte bucal da faringe: superiormente, está limitado pela úvula; lateralmente, pelos arcos palatoglossos e, inferiormente, pelo dorso da língua.



LÍNGUA



É um órgão muscular revestido por mucosas e que exerce importantes funções na mastigação, na deglutição, como um órgão gustativo e na articulação da palavra. Sua face superior é denominada dorso da língua. Neste, na junção dos dois terços anteriores com o terço posterior, nota-se o sulco terminal que divide a língua em duas porções: corpo, anterior, e raiz, posterior a ele. A observação da mucosa que reveste o dorso da língua e permite identificar uma série de projeções, as papilas linguais, criação de vários tipos; as maiores, facilmente identificáveis, dispõe-se como mente em V, logo adiante do sulco terminal, e são denominada papilas veladas. Nestas como em outras do tipo diferente, localizam-se receptores gustativos.




DENTES



São estruturas rijas, esbranquiçadas, implantadas em cavidades da maxila e da mandíbula, denominados alvéolos dentários. Em cada dente destinguem-se três partes: raiz, implantada no alvéolo, coroa, livre, e entre elas uma zona estreitada, o Colo, circundado pela gengiva.

No homem adulto, a 32 dentes, sendo 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares.

a) Incisivos - coroa em bisel,

Com margem corrente e uma única raiz; estão situados anteriormente na arcada dentária.

b) caninos-coroa cônica, e terminando em ponta, e raiz única; localizam-se lateral mente aos incisivos.

c) pré-molares-coroa apresentando dois tubérculos e raiz única ou bífida; situam se na região lateral da arcada dentária, posteriormente aos caninos.

d) molares-possuem coroa com 3-5 tubérculos e duas ou três raízes; são posteriores aos pré-molares.

No homem há duas dentições: a primeira é denominada primária ("De leite"), com vinte dentes que começam a aparecer em a partir dos 6 meses de idade: 8 incisivos, 4 caninos e 8 molares; a segunda denominada permanente, apresenta-se com 32 dentes como o vemos. A substituição começa a partir dos 6 ou 7 anos de idade podendo e estender-se, com variações, até aos 25 anos de idade. É curioso observar que os mamíferos são os únicos que apresentam, no mesmo animal, dentes com características morfológicas diferentes, ou seja, uma heteriodontia. Isto é, no mesmo animal, todo os dentes são semelhantes, variando apenas o tamanho. Mesmo nas diferentes espécies de mamíferos o número de doentes é variável, bem como o número de dentes de cada tipo: no gato, por exemplo, os molares e são quatro e nos roedores os caninos estão ausentes.



GLÂNDULA SALIVARES



As glândulas salivares são consideradas e anexos do sistema digestivo, mas por razões didáticas dada às relações com a cavidade bucal, este é o momento de estudá-las. Não responsáveis pela secreção da saliva e apesar de numerosas, só nos interessam as chamadas extraparietais, que compreendem três pares de glândulas: parótidas, submandibulares e sublinguais:

a) glândula parótida - está situada lateralmente na face e a anteriormente ao pavilhão do ouvido externo. Seu canal escritor, o ducto parotídico, abre-se no vestíbulo da boca, ao nível o do segundo molar superior. O processo e infeccioso que se assenta na parótida (parotidite) é conhecido com nome diz caxumba.

b) glândula submandibular - anteriormente e a parte mais inferior da parótida, protegida pelo corpo da mandíbula. O ducto submandibular abre-se novo assoalho da boca, abaixo da língua, próximo ao plano mediano.

c) glândula sublingual - é a menor das três, situando-se lateral e inferiormente a língua, sob a mucosa que reveste o assoalho da boca. Sua secreção é lançada na cavidade bucal, sob a porção mais anterior da língua, por canais que desembocam independentemente por uma série de orifícios no assoalho da cavidade da boca.




FARINGE



A parte nasal da faringe foi estudada em conexão com o sistema respiratório. A parte bucal da faringe comunica se com a cavidade bucal propriamente dita através dos e istmo das fauces, já definido e a parte laríngica comunica-se anteriormente com o ádito da laringe e, posteriormente, é continuada pelo esôfago. A musculatura da faringe é estriada. Na deglutição, o palato mole é elevado, bloqueando a continuidade e quer que a parte nasal da faringe em e o restante deste tubo muscular. Deste modo o alimento é impedido de passar a nasofaringe e, eventualmente, de penetrar na cavidade nasal. Por outro lado à cartilagem epiglótica fecha o ádito da laringe, evitando a que o alimento penetre no tracto respiratório.




ESÔFAGO



É um tubo muscular que continua a faringe e a continuado pelo estômago. Pode se distinguir três porções no esôfago: cervical, torácica abdominal, sendo o a segunda a maior delas. No tórax, o esôfago situa-se eventualmente a coluna vertebral e dos somente a traquéia, estando próximo da a aorta. Para atingir o abdome e atravesso um músculo diafragma e, quase imediatamente, desemboca no estômago. A luz do esôfago aumenta durante a passagem do bolo alimentar, o qual é impulsionado por contrações da musculatura de sua parede. Esses movimentos, que são próprios e de todo o restante do canal alimentar, são denominados peristálticos e a capacidade de realizá-lo dá-se o nome diz peristaltismo.




ABDOME: Generalidades



Os órgãos descritos até o parágrafo anterior, com exceção da porção mais caudal do esôfago, estão situados na cabeça, pescoço e tórax. O restante do canal alimentar localiza-se no abdome e algumas considerações preliminares devem ser feitas antes de prosseguir na descrição dos órgãos do sistema digestivo.




DIAFRAGMA



O abdômen e está separado do tórax, internamente, por um septo muscular, o diafragma, disposto em cúpula de cavidade inferior. O diafragma apresenta uma parte tendínea, o centro tendineo, e a outra charmosa, periférica, que se prende as seis últimas costelas, extremidade caudal de do externo e a coluna vertebral. A aorta, a veia cava inferior e o esôfago através são o diafragma passando pelo hiato aórtico, forame da veia cava e hiato esofágico, respectivamente. O m. diafragma exerce importante função na mecânica respiratória.



PERITÔNIO



No sistema respiratório vimos como os pulmões estavam envolvidos por um saco de dupla parede, a pleura. Os órgãos abdominais são também revestidos por uma membrana serosa em maior ou menor extensão, o Petrônio, que apresenta duas lâminas: o peritônio parietal reveste as paredes da cavidade abdominal e o peritônio visceral envolve as vísceras. As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas uma cavidade virtual, a cavidade peritoneal, que contém pequena quantidade de líquido. Alguns órgãos abdominais situam-se junto da parede posterior do abdome e, nestes casos, o peritônio parietal é anterior a eles: disse que estas vísceras são retroperitoniais. A figura esquemática, como os rins e o pâncreas são órgãos retroperitoniais, embora não sejam os únicos. É evidente que as vísceras que ocupam posição retroperitoneal são fixas. Muitas outras, entretanto, salientam se na cavidade abdominal, destacando-se da parede, e o perito onde que as reveste as acompanha, de modo que, entre o órgão e a parede, forma-se uma lâmina peritonial denominada meso ou ligamento. Outras vezes, estas pregas se estendem entre 2 órgãos e recebe o nome de omento.




ESTÔMAGO



É uma dilatação o do canal alimentar que se segue ao esôfago e se continua no intestino. Está situado logo abaixo do diafragma, com sua maior porção à esquerda do plano mediano. Apresenta dois orifícios: um, proximal, de comunicação com o esôfago, o óstio cardíaco, e outro distal, óstio pilórico, que se comunica com a porção inicial do intestino delgado denominada duodeno. Neste nível ocorre uma condensação de feixes musculares longitude nas e circulares que constituem um mecanismo de abertura e fechamento de do óstio para regular o trânsito do bolo alimentar. Este dispositivo é denominado piloro. Dispositivo semelhante é também encontrado ao nível do óstio cardíaco, sendo responsável pela abertura e fechamento ativos da comunicação esofagástrica. A forma e a posição do estômago varia de acordo com a idade, tipo constitucional, tipo de alimentação, posição dos divido e o estado fisiológico do órgão. Descrevem se no estômago as seguintes partes:

a) parte cardíaca (cárdia) corresponde à junção com o esôfago;

b) fundo-situada superior mente a um plano horizontal que tange vencia a junção esofagástrica;

c) corpo-corresponde a maior parte do órgão;

d) parte pilórica - porção terminal, continuada pelo duodeno.



As duas margens do estômago são denominadas curvatura as maiores, à esquerda e menor, à direita. A mucosa do estômago apresenta numerosas pregas de direção predominantemente longitude mal que desaparecem com a distensão do órgão.




ESTÔMAGO DOS RUMINANTES



Entre os mamíferos e é corrente ressaltar o fato de que o estômago é, às vezes, dividido em várias câmaras. Isto ocorre especialmente nos dominantes onde o estômago apresenta quatro divisões: rúmen, retículo, omaso e abomaso. O alimento deglutido vai ter primeiramente ao rúmen e deste passa ao retículo. Do retículo e o bolo alimentar pode ser regurgitado, pela vontade do animal, para sofrer nova mastigação. Isto feito o alimento é novamente deglutido indo ter, desta vez, ao omaso e depois ao abomaso que é continuado pelo duodeno.



INTESTINO



O estômago o é continuado pelo intestino delgado e este pelo intestino grosso; destas denominações são devidas a ao calibre que apresentam.



INTESTINO DELGADO



Subdivide-se em três segmentos: duodeno, jejuno e íleo. O do modelo inicia-se no óstio pilórico e termina ao nível de brusca angulação, a flexura duodenojujunal. É um órgão bastante fixo (quase todo retroperitoneal) acolado a parede posterior do abdome e apresenta a forma de um arco em forma de U aberto para a esquerda e cranialmente, que "Abraça" a cabeça do pâncreas. No duodeno desembocam os ductos colédoco (que traz a bile) e pancreático (que traz a secreção pancreática). O jejuno, por não ter limite nítido o na sua continuação com o íleo, pode ser descrito em um conjunto com este. O jejuno-íleo constitui a porção um móvel do intestino delgado, iniciando se na flexura duodeno-jejunal e terminando no início do intestino grosso onde se abre pelo óstio íleo-cecal ao nível da junção íleo-ceco-cólica. O jejuno-íleo apresenta numerosas alças intestinais e está preso à parede posterior do abdome e por uma prega peritonial ampla, o mesentério. A mucosa do intestino delgado apresenta inúmeras pregas circulares que salientam na luz intestinal e aumentam a superfície interna da víscera.





INTESTINO GROSSO



Constitui a porção terminal do canal alimentar, sendo mais calibroso e mais curto que o intestino delgado. E deste de extingue-se também que por apresentar ao exame é externo bosseladuras (dilatações limitadas por sulcos transversais) denominadas haustros, três formações em fitas, as tênias, que correspondem à condensação da musculatura longitudinal e o per o correm em quase toda a extensão, e acúmulos de gordura salientes na serosa da víscera, os apêndices eplipóicos. O intestino grosso em é subdividido nos seguintes segmentos:

a) Cécum - é o segmento inicial, em fundo seco, que se continua no cólon ascendente. O limite entre eles é dado por um plano horizontal que passa ao nível do meio da papila íleo-ceco-cólica, pode se abre ou óstio íleo-cecal. Um prolongamento cilindróide, o apêndice vermiforme, destaca-se do cécum, no ponto de convergência das tênias.

b) Cólon ascendente - segue-se ao sécum e tem a direção cranial, estando fixado à parede posterior do abdome. Alcançando o fígado e o sob este, se flete para continuar no cólon transverso. A flexão, que marca o limite entre os dois segmentos, é denominada flexura cólica direita.

c) Cólon transverso - é bastante móvel, estando se da flexura cólica direita, onde continua o cólon ascendente, à flexura cólica esquerda, onde se flete para continuar no cólon descendente.

d) Cólon descendente - como o ascendente, está fixado à parede posterior do abdome, iniciando se na flexura cólica esquerda e terminando, após um trajeto aproximadamente vertical, na altura de um plano horizontal que passa pela crista ilíaca.

e) Cólon sigmóide - é a continuação do cólon descendente e tem trajeto sinuoso, dirigindo-se para o plano mediano da pélvis com de é continuado pelo resto.

f) Reto - continua o cólon sigmóide e sua parte final, estreitada, denominada canal anal, atravessa o conjunto de partes moles que oblitera e inferiormente a pélvi óssea (períneo) e se abre no exterior através do ânus.



ANEXOS DO CANAL ALIMENTAR



As glândulas salivares já foram descritas em, por esta razão, resta a abordar os aspectos mofo lógicos do fígado e do pâncreas.




FÍGADO



É o mais volumoso o órgão da economia, localizando se imediatamente abaixo do diafragma e a direita, embora uma pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdome. Trata-se de uma glândula que desempenha importante papel a nas atividades vitais do organismo, seja interferindo no metabolismo dos carboidratos, gordura e proteínas, seja secretando a bile e participando de mecanismos de defesa. Duas faces são descritas no órgão: diafragmática, em relação com o diafragma, e visceral, em contato com várias vísceras abdominais. Nesta face destinguem-se 4 lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado. Na face diafragmática os lobos direito e esquerdo são separados por uma prega do peritônio, o ligamento falsiforme:

a) entre a o lobo direito e o lobo quadrado se situa a vesícula biliar;

b) entre o lobo direito e os labo cuadado há um sulco que aloja a veia cava inferior;

c) entre os lobos quadrado e cuadado há uma fenda transversal, a porta do fígado, por onde passam os elementos a que constituem o pedículo hepático: artéria hepática, veia porta, ducto hepático comum, além de nervos e linfáticos.

A bile, produzida no fígado, alcança os dúctulos bilíferos intra-hepáticos os quais, após confluências sucessivas, terminam por formar os ductos hepáticos, direito e esquerdo; estes, ao nível da porta do fígado, se unem para formar o ducto hepático comum, um dos elementos do pedículo hepático. O ducto hepático comum conflui com o ducto cístico, que drena a vesícula biliar, formando-se o ducto colédoco. Este último se abre no duodeno, quase sempre juntamente com o ducto pancreático que é o canal excretor do pâncreas. A bile não flui diretamente do fígado para o duodeno. Isto é possível porque na desembocadura do colédoco há um dispositivo muscular que controla a abertura e o fechamento deste ducto. Quando fechado, a bile reflui para a vesícula biliar onde é armazenada e concentrada. A contração da vesícula, eliminando o seu conteúdo no colédoco através do ducto cístico, coincide com a abertura da desembocadura do colédoco no duodeno. Entre os mamíferos, alguns animais não possuem vesícula biliar, como por exemplo, o rato e o cavalo.




PÂNCREAS



Depois do fígado é a glândula anexa mais volumosa do sistema digestivo. Situa-se posteriormente ao estômago, em posição retroperitoneal, estando, portanto fixada a parede abdominal posterior. No órgão reconhecem-se três partes: uma extremidade direita, de enlatada, a cabeça, emoldurada pelo duodeno; um corpo, disposto transversalmente, e uma cauda, extremidade esquerda, afinada, que continua diretamente o corpo e si situa próximo ao baço. O pâncreas é uma glândula exócrina e endócrina. A secreção endócrina é a insulina e a exócrina o suco pancreático. A este é recolhido por dúctulos que confluem, quase sempre, em dois canais: o ducto pancreático e o ducto pancreático assessório (menor e inconstante). Na sua terminação o ducto pancreático acola-se ao ducto colédoco para desembocar no duodeno por um óstio comum. Entretanto, o ducto pancreático pode, também, desembocar separadamente no duodeno.

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